Mercado de café: volatilidade de preços e projeto contra falsificação

Os preços do café apresentaram forte volatilidade em outubro, com os mercados de arábica e robusta reagindo a um cenário de incertezas.
Segundo levantamentos do Cepea, os agentes do setor monitoraram a possível exclusão do café das tarifas extras impostas pelos EUA, as condições climáticas no Brasil e no Vietnã e um cenário de oferta ajustada.
Essa instabilidade limitou a liquidez no mercado spot nacional, com produtores demonstrando pouco interesse em negociar.
No campo, as chuvas da primavera beneficiaram o desenvolvimento das lavouras de arábica e melhoraram as condições do robusta no Espírito Santo. No entanto, as floradas da safra 2026/27 ainda dependem de novas precipitações para se consolidarem adequadamente.
Paralelamente, a
indústria cafeeira pode ser impactada por um projeto de lei aprovado pela Câmara que tipifica a falsificação de bebidas como crime hediondo, com pena de até 15 anos de prisão. A proposta, motivada por casos de adulteração de bebidas alcoólicas com metanol, é ampla e se aplica a qualquer modificação em alimentos ou bebidas que cause danos à saúde.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a medida beneficia diretamente o setor, que historicamente enfrenta práticas fraudulentas.
Essas adulterações, conhecidas como "café fake" ou "cafake", se intensificaram com a alta nos preços do produto, envolvendo misturas que imitam cafés tradicionais a preços baixos. Embora não tenham sido registrados casos graves de saúde, a Anvisa já interveio para recolher lotes contaminados com micotoxinas.
O projeto, que segue para análise do Senado, representa um avanço no combate a fraudes que prejudicam consumidores e comprometem a reputação do
café brasileiro.










